Brasil libera registro de agrotóxicos de alta toxidade
Enquanto vários países do mundo investem na agricultura sustentável, aumentando o rigor no uso de agrotóxicos, o Brasil caminha no sentido contrário. O Ministério da Agriculturaautorizou o registro de 28 agrotóxicos e princípios ativos. Entre os novos produtos, há alguns considerados de elevada toxicidade. A decisão, aprovada ainda no Governo Temer, foi publicada no Diário Oficial do dia 10 de janeiro. Mais 131 pedidos serão analisados por três órgãos do governo.
Entre os novos aditivos registrados, está o Sulfoxaflor, substância com potencial para exterminar abelhas e que, por esse motivo, teve o uso banido nos EUA. O pacote também inclui químicos que já foram proibidos na União Europeia, como produtos à base deImazetapire o Sulfentrazona. Outro considerado extremamente tóxico, o Metomil, é um ingrediente ativo utilizado em agrotóxicos para culturas como algodão, batata, soja, couve e milho.
Alguns especialistas veem com preocupação a liberação dos agrotóxicos porque se incute esse tipo de solução para a produção agrícola, quando há exemplos comprovados de produção em larga escala sem uso de agrotóxicos.
Flores são usadas em projeto experimental para reduzir uso de agrotóxicos
Sabemos que o uso de pesticidas nas plantações, além de ser prejudicial à nossa saúde, agride também o meio ambiente. Com base nisso, pesquisadores e empresas conscientes desse mal, buscam alternativas naturais e eficazes para diminuir e, quem sabe até eliminar, os pesticidas da agricultura. Uma dessas alternativas é o cultivo de uma faixa de flores silvestres ao redor das plantações, para que as flores possam atrair predadores naturais das pragas que as destroem.
A Inglaterra e a Suíça foram os primeiros países a testar essa alternativa. Na Inglaterra foram plantadas 15 faixas de flores silvestres, uma em cada exploração agrícola. Dentre as espécies de flores cultivadas nessas faixas, foram utilizados o malmequer-bravo, o trevo-violeta, a Centaureanigrae a cenoura-brava. Já na Suíça, as flores utilizadas foram a centáurea, o coentro, o trigo-sarraceno, as papoilas e o aneto.
As faixas de flores silvestres foram plantadas ao redor dos campos para que moscas-das-flores, vespas parasitóidese escaravelhos terrestres (predadores naturais), não consigam alcançar o centro das grandes explorações agrícolas. Essas faixas ficam a uma distância de 100 metros umas das outras, possibilitando aos predadores naturais atacarem pulgões e outras pragas que podem ameaçar as plantações centrais.
A largura dessas faixas é de 6 metros e elas ocupam apenas 2% da área do campo, sendo monitoradas ao longo de um ciclo de rotação completo, desde o inverno até a primavera. A ideia dos autores desse estudo é a de que os predadores controlem as pragas de ano a ano, para que não haja mais surtos e com isso não seja mais necessário pulverizar os campos com pesticidas. (Fonte: revista Green Me)
Por Isa Colli