Os homens que vêm se destacando na comunidade lusófona

Profissões masculinas que estão em alta na Bélgica 

Quando se fala de uma comunidade inteira não é difícil de imaginar como funciona a lei de oferta e da demanda. E para atender toda essa massa, é primordial a existência de vários profissionais, principalmente atuando na mesma área para termos a opção de escolha e de receber os melhores serviços, pois a concorrência no mercado de trabalho obviamente favorece o consumidor. 

Tratando-se da comunidade lusófona na Bélgica, estima-se que estamos falando de aproximadamente 170 mil consumidores. É claro que, para atender todo esse público, faz muita falta a mão de obra qualificada em vários setores, sem contar que não há nada melhor, mesmo estando tão longe de casa, que ser atendido no nosso idioma e principalmente com os nossos costumes. 

O “mundo azul” será o destaque deste mês de junho; os homens ganharão os holofotes nesta edição da revista já que no mês passado foram as mulheres que dominaram nossa capa. 

Para elaborar essa reportagem, entramos em contato com os profissionais cujas profissões vêm se destacando na nossa comunidade e são de suma importância para nossa sociedade: 

Tatuador profissional e artista plástico  

Deivid Nogarotto, natural de Taubaté – São Paulo, 19 anos de experiência, premiado em segundo lugar na convenção internacional de Antuérpia no ano de 2018, reside e atende a comunidade lusófona na Bélgica há quatro anos. 

Revista Angela Piqui – Quando foi que você decidiu que queria ser tatuador e por quê? 

Deivid Nogarotto – Escolhi a profissão de tatuador antes de completar a maior idade, sempre fui apaixonado por este estilo de arte. Fiz faculdade de artes plásticas, tenho muito prazer em pintar quadros, mas a tatuagem foi como um chamado. 

Desde então me dediquei ao que eu gosto de fazer e continuo cada dia mais buscando me aperfeiçoar, superar meus limites, por mim e pela satisfação dos meus clientes. 

Mais do que um estilo ou moda, ter uma tatuagem estampada no corpo é poder contar um pouco da sua história através dessa magnífica arte milenar. 

E para mim, como profissional da tatuagem, é sempre uma honra poder fazer parte dessa história, gravando na pele do cliente por toda a vida um trabalho realizado por mim naqueles que apreciam o meu trabalho, aos quais sou eternamente grato por essa oportunidade e confiança. 

AP – Por que você escolheu a Bélgica para residir e trabalhar? 

Deivid Nogarotto – Na verdade eu não escolhi a Bélgica, foi a Bélgica que me escolheu. Eu nunca imaginei vir para cá, mas por casualidades da vida, estou aqui há quatro anos e estou muito feliz e agradecido por ter sido bem acolhido pela comunidade, pois 90% dos meus clientes são brasileiros e portugueses.  

Técnico Chauffagiste e Especialista em Gás  

Alain Dieltiens, natural de Gand-Bélgica, atua na profissão desde o ano de 1985 e atende a comunidade lusófona há 20 anos.  

Revista Angela Piqui – Com tantos anos de experiência, você poderia explicar sobre os riscos de uma caldeira sem manutenção? 

Alain Dieltiens – Uma caldeira sem manutenção pode ser fatal, pois os gases produzidos por ela são tóxicos e inodoros, o risco se torna ainda maior quando não há uma estrutura de proteção para inibir a saída do gás. Por se tratar de algo visualmente imperceptível, aumenta o risco de acidentes que podem causar a morte.  

AP – Quais as recomendações para manter o ambiente seguro, já que os acidentes causados por vazamentos de gás podem ser letais? 

Alain Dieltiens – Eu sempre costumo orientar meus clientes a deixarem abertas as portas e as janelas por 20 minutinhos, na parte da manhã e na parte da tarde, mesmo no período do inverno, principalmente no momento que se prepara as refeições. Pois quando a caldeira queima o gás, é primordial haver muito oxigênio no local quando a caldeira é fechada, pois o CO² (gás de dióxido de carbônico) precisa circular e o ar no ambiente ser renovado. 

Cabeleireiro, maquiador e estilista 

Magnus Castilho, natural de Belém do Pará, trabalha na área da beleza há 18 anos e atende a comunidade lusófona há 2 anos e meio. 

Revista Angela Piqui – Por que e como você optou por seguir na área da beleza? 

Magnus Castilho – Eu resolvi virar profissional na área da beleza logo depois de parar a faculdade de turismo; eu já tinha certa afinidade com a profissão desde muito jovem, gostava de tudo que estava ligado à moda e à beleza. No início, foi alisando o cabelo das primas que tudo começou, peguei gosto e me apaixonei por esse trabalho, então decidi me especializar, acredito que existam certas coisas na vida que são como Dom de Deus, porque na nossa hora podemos fazer a diferença na vida de muitas mulheres. 

AP –  Como foi a sua trajetória profissional até chegar aqui na Bélgica? 

Magnus Castilho – Ao entrar no ramo de beleza, me tornei proprietário do meu próprio salão por 14 anos, fiz vários cursos de especialização, trabalhei em Curitiba e em São Paulo em salões renomados como, por exemplo, o Jacque Janini, uma franquia de alto padrão que possui 78 unidades, sendo duas no exterior. Durante esse meio tempo, fiz faculdade de moda. Podendo fazer a junção das duas profissões, abriu muitas portas, tanto na área publicitária quanto na área de moda, tive oportunidade de trabalhar com várias celebridades, como ex-BBB, produção de moda para a marca Lacoste, Triton, Coca-cola, Amazônia Fashion Week, etc. 

Apesar da minha trajetória na Bélgica não ser tão antiga, apenas 2 anos e meio, eu me sinto abraçado pelas minhas clientes e estou muito feliz e realizado em estar aqui. 

Por Tatiana do Amaral

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