A TransLatim é uma empresa de traduções internacional que já está no mercado há mais de 20 anos. Seus fundadores, a brasileira Amélia Formiga e o belga André Dellaert, são conhecidos por toda a comunidade brasileira, lusófona, belga, espanhola, entre outras nacionalidades.
A empresa oferece traduções juramentadas e interpretações de documentos nos seguintes idiomas:
Português -> Neerlandês e Neerlandês -> Português
Português -> Francês e Francês -> Português
Francês -> Neerlandês e Neerlandês -> Francês
Espanhol -> Português
Espanhol -> Francês
Espanhol -> Neerlandês
Inglês -> Português
Inglês -> Francês
Inglês -> Neerlandês
Latim -> Neerlandês e Francês
A TransLatim, além do trabalho de traduções de documentos, oferece também outros tipos de serviços, como:
-Traduções técnicas (para empresas em geral e particulares)
-Traduções jurídicas (para tribunais, notários e advogados)
-Traduções literárias
-Traduções de filmes
-Intérpretes para casamentos, entrevistas com a polícia local e federal, inspeção do trabalho e comunas
-Buscas nos cartórios e legalizações de documentos (apostilamentos), no Brasil, com o serviço completo, deixando os documentos prontos para serem entregues nas comunas.
Amélia Formiga e André Dellaert formam um casal com um importante e extenso currículo profissional internacional. Essa dupla já prestou seus serviços para empresas multinacionais como a Coca-Cola, Confederação Belga de Futebol (Copa do Mundo no Brasil), Test Achat, etc.
Traduziram a página web da Embaixada do Brasil em Bruxelas (site em neerlandês) e outros.
Foram colaboradores para o festival cultural Europalia (brochura e outros textos); tradução da crônica “A Rua”, do escritor João do Rio, para a exposição do Museu de Arte Moderna de Antuérpia.
Traduziram as brochuras de duas missões econômicas ao Brasil, com o Príncipe Felipe, para a Agência Belga do Comércio Exterior.
Realizaram a tradução dos documentos para o processo de beatificação do padre belga Julio Maria de Lombardi, missionário por vários anos no Brasil, a convite de um dos responsáveis pelas pesquisas aqui na Bélgica, o diplomata Luiz Gustavo Giviez. Foi intérprete dos representantes do Vaticano que se ocupam desse processo.
Em uma entrevista para a ABclassificados o casal de poliglotas nos conta sua trajetória profissional e pessoal
AB.classificados– Como surgiu a ideia de fundar a empresa TransLatim?
Amélia Formiga – Tivemos a percepção de que nossa junção seria muito oportuna já que tínhamos muita coisa em comum, os nossos estudos, compartíamos dos mesmos interesses, e claro o amor pelas línguas estrangeiras foi o principal fator.
AB.classificados– Você pode nos contar sobre como tudo começou?
Amélia Formiga- Logo após o término dos meus estudos na Universidade de Gand, comecei a dar aulas particulares de português ao Senhor Marc Cheyns, presidente do Grupo Cheyns, e fui convidada por ele para trabalhar no setor internacional da sua firma, fazendo a coordenação entre o Brasil e a Bélgica. Indo às reuniões da Câmara de Comércio Belgo-Luxemburguesa-Brasileira, com ele ou o representando, tive a oportunidade de conhecer vários empresários belgas que faziam negócios com o Brasil. Foi aí que surgiu a ideia de ser tradutora e intérprete juramentada.
AB.classificados– Como foi a decisão de trabalharem juntos?
Amélia Formiga- Na verdade, nós sempre trabalhamos juntos, mesmo quando ele ainda era professor. Como falante nativo do neerlandês e tendo excelente conhecimento de inglês e francês, colaborava comigo nas revisões das traduções. O André também sempre foi apaixonado pelos estudos, principalmente no que diz respeito às civilizações antigas gregas e romanas. Ele fez Licenciatura em Letras Clássicas (latim e grego) na Faculdade de Letras de Gand e estudou Filosofia na Universidade Livre de Bruxelas. Foi professor de Latim, Grego e Filosofia do Ateneu de Bruges, onde também exerceu, por algum tempo, a função de diretor. Antes mesmo de se aposentar como professor, ele também se tornou tradutor juramentado de neerlandês, francês e latim (algumas universidades portuguesas emitem diplomas em latim).
Por detrás de uma brilhante trajetória profissional, existe uma linda história de amor.
Um amor à primeira “Carta”
Amélia Formiga nasceu em Pombal (Paraíba), em 1949. Em 1963, mudou-se com a família para Belo Horizonte, onde fez o primeiro e o segundo grau na Escola Municipal do bairro São Cristóvão. Apaixonada pelos estudos, desde criança, seu maior interesse eram as línguas estrangeiras. Infelizmente, quase não havia meios de se praticar uma língua estrangeira no Brasil, naquele momento.
No final dos anos 60, foram distribuídos, no colégio onde ela estudava, formulários de um clube internacional de correspondência que tinha por objetivo um intercâmbio cultural entre alunos de diversos países. Era a sua chance de pôr em prática o que aprendeu em quatro anos de estudos de francês e também de aprimorar os seus conhecimentos. Preencheu o formulário, escolhendo candidatos francófonos. Durante certo tempo, correspondeu-se com alguns estudantes europeus. Surgiu, então, uma grande afinidade entre ela e um estudante belga da Faculdade de Letras Clássicas da Universidade de Gand (Gent). Foram dez anos de uma correspondência constante, com trocas de cartas escritas à mão, fotos, livros, etc. Enquanto isso, ela fez Licenciatura em Língua e Literatura Francesa, Licenciatura em Língua Portuguesa e Literaturas Portuguesa e Brasileira e estudou também espanhol, italiano, inglês, alemão e latim na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, onde posteriormente fez Mestrado em Linguística Histórica e se tornou professora de Filologia Românica.
André Dellaert nasceu em Menen, na província de Flandres Ocidental, na fronteira da Bélgica com a França, em 1948. Ele fez seus estudos primários e secundários na sua cidade natal.
Durante os dez anos em que se corresponderam, eles se comunicaram apenas por cartas. Como não havia a possibilidade de se verem pessoalmente, interromperam a correspondência, e cada um seguiu seu rumo.
Mais dez anos se passaram sem terem nenhuma notícia um do outro.
Dando aulas de francês a um amigo (Reinaldo Carola) que vinha para a Suíça, este se interessou por essa história de correspondência, vendo os inúmeros livros que o André havia enviado a Amélia. Propôs-se a procurá-lo logo que chegasse à Europa. Conseguiu encontrá-lo.
Pouco tempo depois, o André foi ao Brasil. Não foi preciso muito tempo para descobrirem que nasceram um para o outro. Decidiram se casar. Depois de um mês no Brasil, visitando as cidades históricas de Minas Gerais e conhecendo o litoral nordestino, André voltou pra Bélgica, e Amélia continuou dando aulas na Faculdade de Letras da UFMG. Um ano depois, ela embarcou para a Bélgica.
No dia 9 de outubro de 1988, Amélia chegou a Bruxelas. Uma semana depois, instalou-se em Gand para começar um doutorado em Linguística Histórica. Enquanto fazia o seu doutorado, Amélia deu aulas de Literatura Brasileira na Universidade de Gand, durante três anos acadêmicos, na qualidade de Professora Leitora. Depois, como Professora Visitante, deu algumas aulas sobre as diferenças entre o português de Portugal e o português brasileiro, além de algumas noções de Literatura Brasileira, na Escola Superior para Tradutores e Intérpretes da Universidade de Antuérpia.
O objetivo dos dois era o de se instalarem no Brasil, depois do doutorado da Amélia. Infelizmente, as consequências do governo Fernando Collor de Melo e a instabilidade econômica que se alastrou no Brasil convenceu o André a tomar a decisão de permanecer na Bélgica. Normalmente, Amélia deveria reassumir seu cargo de professora na UFMG. Mas como deixar o seu marido aqui e voltar sozinha para o Brasil, depois de terem esperado tantos anos para viverem juntos?
Decidida a ficar na Bélgica, era preciso encontrar trabalho. Depois da experiência no Grupo Cheyns, ela entrou em contato com alguns tribunais belgas, e preenchidas as formalidades necessárias, ela se tornou tradutora juramentada de português, francês, neerlandês, inglês e espanhol, e começou a trabalhar como independente. Em janeiro de 2000, os dois conjuntamente decidiram fundar a empresa TransLatim.
Por Tatiana do Amaral