As queimadas que se alastram na Floresta Amazônica brasileira causam comoção nacional e internacional entre povos e governantes e na comunidade científica
O Brasil mais uma vez está na mira dos meios de comunicação de todo o mundo e desta vez o problema é de calamidade pública internacional. Os incêndios na floresta amazônica vêm trazendo preocupações internacionais e revoltando ativistas de todos os cantos do planeta.
Na segunda-feira, 25 de agosto, centenas de pessoas se manifestaram em frente à Embaixada do Brasil, localizada na Avenida Louise aqui em Bruxelas. Entre os manifestantes estavam vários grupos ativistas que reivindicam uma solução para esses incêndios e que o governo do Brasil tome medidas imediatamente para impedir que isso continue acontecendo.
Além da capital belga, também se uniram nessa luta outras capitais do mundo, como: Berlin, Londres, Paris, Berna, Amsterdã, Dublin, Madri, Luxemburgo e até Mumbai, na Índia.
Com base nas informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) o número de focos registrados pelo Programa Queimadas já é o maior de janeiro a agosto em sete anos. Em 2019, os incêndios aumentaram 82% no Brasil em relação ao mesmo período do ano passado.
Como são medidas as queimadas no Brasil?
O INPE usa dados produzidos por nove satélites, cada satélite de órbita polar produz pelo menos dois conjuntos de imagens por dia, e os geoestacionários geram várias imagens por hora. Os dados são recebidos nas estações de Cachoeira Paulista (SP) e Cuiabá (MT).
Para os ativistas Andrea Luna e o marido John Erbuer, que estiveram presentes na manifestação do passado dia 25, isso não se trata de uma questão política, nem se o partido é de direita ou de esquerda, o problema é grave e afeta toda a nossa fauna, pois a Amazônia é o “pulmão do mundo”.
“A floresta está pegando fogo, não desistiremos, em conjunto com outras associações como o Greepeace, Intal e a Rise for the climate, nos faremos ouvir e juntos somos mais forte, é como a lenda do beija-flor: quando todos os animais fogem do fogo, o beija-flor voa para lá e diz: ‘faço o que posso para extinguir o fogo’. Tentamos fazer isso hoje também”, comenta Andrea Luna.
Segundo a página oficial do Greenpeace, a maior floresta tropical do mundo e toda a sua biodiversidade estão gravemente ameaçadas. E isso gera risco para todos nós, mesmo para aqueles que não moram na região Norte do país, já que o fogo contribui para as emissões de gases do efeito estufa no Brasil, afetando o equilíbrio climático do planeta. A destruição da Amazônia contribui seriamente para o aprofundamento da atual crise climática.
ONG Belga RISE FOR CLIMATE convoca a todos para uma manifestação em prol da mudança climática e da Amazônia
A convocatória está sendo feita através da internet e convida a todos para uma manifestação que será realizada em frente ao Parlamento Europeu em Bruxelas no domingo 22 de setembro, das 11h às 13h, sem carros, para defender o clima, a Amazônia, os direitos à agua e à vida. Essa ação ocorrerá na véspera do início da Cúpula de Ação Climática da ONU 2019 em Nova York, que irá do dia 23 a 27 de setembro. O objetivo desta e de muitas outras organizações é chamar atenção do mundo e instar os Estados membros da ONU a tomar as medidas necessárias e respeitar o acordo de Paris e limitar o aquecimento global a 1,5° C.
Os impactos provocados pelas mudanças climáticas estão sendo sentidos em todos os lugares do planeta e estão causando consequências muito reais na vida das pessoas, como é o caso catastrófico dos incêndios na floresta Amazônica. Os últimos quatro anos foram os mais quentes já registrados da história.
A Cúpula reunirá governos, setor privado, sociedade civil, autoridades locais e outras organizações internacio-nais para desenvolver soluções ambiciosas para frear a emissão de gases efeito estufa na próxima década, entre outras propostas de projetos sustentáveis para ajudar a diminuir os impactos climáticos.
“Está todo mundo com medo, saiu da esfera de ser um problema brasileiro para ser um problema internacional, estamos sendo mal vistos pelo resto do mundo, aquela floreta maravilhosa que é nossa está sendo maltratada pelos próprios brasileiros”.
Ativista brasileira, Ângela Santos Cardoso, 55 anos, natural do Rio de Janeiro.
Por Tatiana do Amaral