OUTUBRO ROSA: câncer tem CURA se diagnosticado precocemente

Mulheres brasileiras na  Bélgica enfrentam corajosamente o câncer  de mama 

O mundo inteiro se veste de rosa no mês de outubro para conscientizar todas as mulheres sobre a prevenção do câncer de mama. 

 O câncer de mama tem cura! Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura da doença são de até 95%. Não deixe de realizar a consulta com o seu médico e fazer os seus exames de rotina, cada vez mais mulheres jovens, com idade abaixo da média considerada de risco, estão sendo diagnosticadas e enfrentam a doença. 

Nunca é cedo demais para se cuidar. Nessa matéria de hoje, eu, Tatiana do Amaral, participo de forma direta e venho contar um pouco da minha experiência na batalha contra o câncer. 

É com muita gratidão e alegria que comunico a todos os leitores da revista ABclassificados que eu venci o câncer de mama! Aos 37 anos de idade recebi o que parecia ser minha sentença de morte. Mulher nenhuma está pronta para receber esta notícia. Felizmente todas as mulheres que participam dessa reportagem também estão vencendo!!! 

Passei por este árduo e difícil caminho que é o tratamento, conheci centenas de mulheres, em grupos de Whatssapp e Facebook, e dezenas delas eram mais jovens do que eu. O câncer é uma doença democrática, ele não escolhe raça, cor, religião, idade, etnia, sexo, etc. 

Entramos em contato com três lindas mulheres guerreiras que vivem aqui na Bélgica e que neste momento também estão passando pelo tratamento, nosso objetivo é mostrar a nossa essência, nossa força, nossa alegria e nossa fé! 

O CÂNCER DE MAMA TEM CURA! 

Tatiana do Amaral, natural de Taubaté-SP, 39 anos, jornalista, residente em Bruxelas 

Diagnosticada em setembro de 2018 

Tratamento: Hospital Jules Bordet 

Oncologista brasileiro: Dr. Evandro de Azambuja 

Fase do tratamento: Hormonioterapia 

Coisas que ninguém diz a você sobre o câncer 

“Você vai sorrir de forma diferente, o amor vai ter um novo sentido, principalmente o amor pela vida. Pessoas que você nem imagina vão se aproximar de você, outras que você tinha certeza que te acompanhariam nessa vão sumir. Vão dizer que você precisa ser forte, mas você não precisa ser forte todos os dias, você nunca mais vai ter sua vida antiga de volta, porque você nunca mais será a mesma, você vai parar de perder tempo, vai ter pressa. Você vai encontrar oportunidade para aprender a refletir em meio a cada tempestade, você vai adquirir super poderes, pois quem enfrenta a morte perde o medo de viver”. 

Karina Bittar, natural de Uberlândia-MG, 33 anos, advogada, residente em Bruxelas 

Diagnosticada em maio de 2020 

Tratamento: Hospital Jules Bordet 

Oncologista brasileiro: Dr. Evandro de Azambuja 

Fase do tratamento: Quimioterapia – Taxol 

“O diagnóstico de câncer é realmente temível, mas precisa ser desmistificado. Recebi o meu em maio desse ano e, desde então, coleciono apenas vitórias. Passei por inúmeros exames, cirurgia, quimioterapia “vermelha” e estou na fase da quimioterapia “branca”. O tratamento não é fácil – mas ele existe! O câncer TEM cura e as chances aumentam proporcionalmente à precocidade do diagnóstico. O número de jovens com câncer de mama tem aumentado, ressaltando ainda mais a necessidade do autoexame. Autoexame é cuidado, é autoamor , dura minutos e pode ser um divisor de águas no prognóstico”. 

Veridiana Lopes, natural de Olinda- PE, 36 anos, microempreendedora, residente em Tervuren 

Diagnosticada em outubro de 2019 

Tratamento: Hospital CHU Saint Pierre 

Oncologista: Dra Martinez 

Fase do tratamento: Hormonioterapia 

“Agradeço sempre a Deus, pois quando pensei que tudo havia acabado, vem Ele e me mostra que podemos tudo que acreditamos, é só confiar e ter fé”. 

Jaqueline Zago, natural de Caxias do Sul- RS, 53 anos, psicóloga, residente em Bruxelas 

Diagnosticada em junho de 2017 

Tratamento: Hospital Brugman Horta 

Oncologista: Dra. Catherine Van Steelandt 

Fase do Tratamento: Acompanhamento com mastologista e oncologista de dois em dois meses e exames a cada seis meses 

“Foi um difícil período de incertezas e de muito medo, porém, por outro lado, um período de conquistas diárias e de muita superação. Acreditem! Encontramos uma força e uma fé inexplicáveis que, somadas ao apoio das pessoas que nos amam, nos levam à cura”. 

O médico oncologista brasileiro Evandro de Azambuja nos atualiza sobre novos estudos e avanços no combate ao câncer de mama 

O câncer de mama em 2020 

O câncer de mama é uma doença que deve ser prevenida e diagnosticada precocemente. Campanhas de rastreamento estão disponíveis para a detecção precoce, o que aumenta a chance de cura das pacientes comparada com a doença localmente avançada. 

Uma das coisas mais importantes é o conhecimento do tipo molecular dos cânceres de mama, pois eles têm um prognóstico diferente e também diferentes respostas aos tratamentos, com a possibilidade de utilização de terapias-alvos em alguns casos.  

Quais os avanços em 2019-2020? 

Nas pacientes com câncer de mama precoce com tumores classificados como HER2-positivo (baseado na expressão de um receptor celular), que recebem um tratamento neoadjuvante (antes da cirurgia) com quimioterapia e drogas anti-HER2 e que possuem doença residual (ou seja persistência de câncer) no momento da cirurgia, um novo tratamento com um medicamento chamado T-DM1 (anti-HER2 + quimioterapia) x 14 ciclos provou ser mais eficaz que completar o tratamento com anti-HER2 clássico (trastuzumabe). Isso passou a ser a terapia padrão nesses casos. 

A imunoterapia também está provando eficácia nos cânceres de mama triplo negativos (ausência de receptores de estrogênio, progesterona e HER2), os quais eram tratados exclusivamente com quimioterapia. No câncer de mama precoce, dois estudos utilizando imunoterapia + quimioterapia antes da cirurgia (para diminuir o tamanho do tumor) mostraram que esse regime de tratamento aumenta a chance das pacientes apresentaram uma resposta patológica completa no momento da cirurgia (ou seja, o desaparecimento de todo o tumor), o que tem um papel importante no prognóstico das pacientes. 

No câncer de mama avançado (metastático), dois estudos mostram que a imunoterapia+ quimioterapia prolonga a sobrevida livre de progressão (o tumor responde por mais tempo ao tratamento) e um deles mostrou um aumento na sobrevida global (menos mortes) nas pacientes com câncer de mama triplo negativo com tumores que possuem um receptor (PD-L1 positivos) quando utilizada em primeira linha de tratamento para doença metastática. 

Infelizmente, há poucos dias, um terceiro estudo combinando a imunoterapia com paclitaxel (quimioterapia clássica) não demonstrou diferença na sobrevida livre de progressão e teve uma sobrevida global inferior a quimioterapia clássica (paclitaxel). Estamos tentando entender as razões dessa diferença importante de resultados. 

Nas pacientes com câncer de mama e com tumores luminais (presença de receptores de estrogênio/progesterona e ausência de receptores HER2), o uso de hormonioterapia clássica com os inibidores de ciclinas (responsáveis por fases do ciclo celular) mostrou-se eficaz no câncer de mama metastático em primeira ou segunda linha de tratamento e isso tornou-se o tratamento padrão. 

No câncer de mama precoce (após a cirurgia e/ou quimioterapia, se indicada), a inclusão dos inibidores de ciclina apresenta resultados diferentes em dois estudos grandes (mais de 5000 pacientes em cada um dos estudos): um estudo com o seguimento de 15 meses e uma população de mais alto risco para recidiva (retorno do câncer) demonstrou que um inibidor de ciclina com a hormonioterapia clássica aumenta a sobrevida livre de doença invasiva (câncer retornar) e diminui o risco da paciente desenvolver uma metástase à distancia. Ao contrário, um segundo estudo com hormonioterapia adjuvante e inibidores de ciclina com seguimento de 23 meses não demonstrou redução do risco do câncer retornar ou de apresentar metástases à distância. Necessitamos entender as diferenças dos dois estudos e qual é realmente a população de pacientes com câncer de mama que se beneficiam dessa estratégia de tratamento, que aumenta toxicidades e, sobretudo, acrescenta um custo importante à sociedade. Esta estratégia ainda não está aprovada no uso clínico. 

Para concluir, fizemos muitos progressos em diferentes tipos de cânceres de mama nos últimos anos, mas a prevenção permanece uma estratégia barata e eficaz. Mudanças no estilo de vida, como a prática de exercício físico, o controle do peso (evitar obesidade), a diminuição de consumo de álcool por semana, são coisas simples que podemos fazer para diminuir o risco do desenvolvimento de câncer de mama. 

Gostaria de aproveitar essa oportunidade para fazer uma singela homenagem a esse ser humano incrível que é o Dr. Evandro de Azambuja. 

“Você foi a luz que apareceu no final do túnel quando só havia escuridão, seu amor pela profissão é o que lhe difere dos demais, além de competente, é lindo, carismático e paciente, muito obrigada por salvar minha vida e de outras muitas mulheres”. 

Por Tatiana do Amaral

AÇOUGUE COSTELA

Fácil acesso. 

à 5 minutos da Gare du Midi, em Saint-Gilles.

Espaço moderno de 130 m2.

Estacionamento privado com 8 lugares.

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